Depois
de oito Copas do Mundo da FIFA seguidas, o Brasil não conseguiu vencer seus
dois primeiros jogos na primeira fase. A série positiva durava 32 anos, desde a
Espanha 1982, mas se encerrou nesta terça-feira contra o México, muito em parte
graças a Guillermo Ochoa.
O
goleirão fez ao menos quatro defesas
incríveis, frustrou um ataque brasileiro que não esteve no melhores dias e
garantiu o segundo 0 a 0 do Mundial. A torcida em Fortaleza voltou a empurrar a
equipe como na última Copa das Confederações – quando o Brasil iniciou a
tradição de cantar o hino à capela –, mas, ao contrário do ano passado e da
vitória por 2 a 0 sobre o mesmo México, desta vez não conseguiu completar a
festa.
Pior
ainda, não cumpriu o objetivo de se classificar de forma antecipada para as
oitavas e ainda viu Luiz Felipe Scolari perder os 100% de aproveitamento como
treinador em Copas (tem agora oito vitórias em um empate). Assim como contra a
Croácia, o Brasil entrou em campo afobado e encontrou dificuldades no primeiro
tempo.
Embora
tivesse mais presença no ataque, criou apenas duas chances perigosas. Na
primeira, em um cruzamento venenoso de Daniel Alves, Neymar subiu mais que Rafa
Márquez, cabeceou com estilo, mas Ochoa, que, curiosamente, não estava
garantido como titular antes da Copa, fez uma defesa espetacular.
Na
outra, também em jogada aérea, Thiago Silva desviou de peito, Paulinho deu um
toque de leve na pequena área, mas Ochoa novamente fechou o gol. A Seleção
chegou com perigo, mas tinha problemas na frente, com Fred isolado e Oscar e
Neymar menos acionados. Por outro lado, também só correu riscos em alguns
chutes de longa distância, com Layún e Vásquez.
A
volta do intervalo trouxe a primeira mudança na Seleção: Ramires, substituto de
Hulk, deu lugar a Bernard, que logo em sua primeira jogada invadiu a área com
velocidade, cruzou e por pouco não achou Neymar. E outra mudança: o México
voltou bem melhor, adiantando a marcação e mantendo a tática de chutar de
longe, com ao menos quatro disparos que assustaram Júlio César.
Com
os minutos correndo e a tensão aumentando, o Brasil seguiu nervoso e só foi
acordar aos 25 minutos, quando Neymar dominou bonito de peito na área e chutou
para outra grande defesa do paredão Ochoa. Jô ainda deu mais agilidade e opção
no ataque ao substituir Fred, mas Ochoa, sempre ele, ainda teve tempo de fazer
outro milagre, em cabeçada de Thiago Silva à queima roupa.
No
fim, o México se manteve lúcido, marcando, tocando bem a bola e encerrando sua
boa atuação com um justo ponto – e com Ochoa, eleito Craque do Jogo Budweiser,
confirmando após o apito final que havia feito “a melhor partida da carreira”.
Ao Brasil, resta agora ir para cima de Camarões, no dia 23, em Brasília, para
garantir a esperada classificação.
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