Está
certo que foi um amistoso. Igualmente correto que a qualidade do adversário era
infinitamente inferior à Seleção Brasileira - o que não chega a ser um
demérito, antes o reconhecimento e a comprovação de que a superioridade dos
brasileiros sobre os panamenhos é um fato natural.
Da redação
Foto:
CBF
Mesmo
assim, com todos esses reparos, o que Neymar fez no campo do Serra Dourada não
é qualquer jogador que é capaz de fazer. Neymar exagera: ao talento nato, ele
acrescenta uma grande dose de improviso; aos dribles que saem de maneira
natural, ele mistura algo de desconcertante que deixa nervosos - e
desestabiliza - seus marcadores.
Deve
ser mesmo dura a vida de um zagueiro que tem a incumbência de tentar parar
Neymar. Um só zagueiro, não. Vários. Como aconteceu neste jogo contra o Panamá,
em que os zagueiros adversários, como em uma atitude de quase reverência,
faziam fila para se deparar como camisa 10. O que acontecia? Eram driblados
também em série, respeitando na maioria das vezes a ordem da fila, um de cada vez
- ou dois, ou três ao mesmo tempo.
A passada da bola de um pé para o outro que
Neymr faz, do jeito que faz, é, pode-se afirmar, uma invenção do garoto da
camisa 10 do Brasil. Ele desconcentra e engana o marcador de tal maneira que
torna impossível contê-lo. Houve lances espetaculares, outros de igual beleza.
A cobrança de falta: perfeita, na força e no trajeto da bola, que só poderia
mesmo parar no fundo da rede do goleiro McFarlane.
Em
outro lance, dentro da área, Neymar se deparou com o gigante zagueiro
panamenho. O que ele fez? Pões a bola milimetricamente entre as pernas do
zagueiro, deixando-o paralisado, sem poder de reação. No segundo tempo, logo de
cara, ele deu oura demonstração de técnica refinada. Com um passe de calcanhar,
deixou Hulk em condições de marcar.
No
quarto gol do Brasil, outra amostra de jogador que faz diferença: partiu para
cima dos adversários e, quando todos esperavam o drible, ele descobriu Maxwell
livre na esquerda. Na sequência do lance, Willian apareceu para marcar com
toque certeiro o quarto do Brasil. Faltava o agradecimento. Foi a hora do
torcedor no Serra Dourada reverenciar o camisa 10. O coro veio em uníssono:
"Neymar, Neymar, Neymar".
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