Têm
dias em que não há outra opção: não importa quanto o seu time seja desenhado
para, a princípio, pensar em defender e explorar apenas contra-ataques, há
ocasiões que pedem jogo mais ofensivo.
Era
justamente aquilo que a Grécia tinha diante de si nesta terça-feira, na rodada
decisiva do Grupo C, quando foi até o Castelão, em Fortaleza, para enfrentar a
Costa do Marfim. Com uma vaga nas oitavas de final em jogo e ainda sem ter
anotado um gol sequer em suas duas primeiras partidas, a equipe dirigida por Fernando
Santos tratou de atacar. Pelo menos enquanto era necessário.
Ao
longo de um primeiro tempo agitado, os gregos tomaram iniciativa da partida e
enfim desencantaram, com Samaris, aos 42 minutos. Depois de sofrerem o empate,
novamente sob obrigação de ir para cima, o fizeram: gol de Samaras de pênalti,
nos acréscimos, para garantir três pontos, o segundo lugar do grupo e um
confronto diante da Costa Rica, no próximo dia 29, em Recife.
Giorgios
Samaras foi eleito o Craque do Jogo Budweiser - algo até inevitável, para quem
decide uma vaga dessa maneira. Chegar aos gols e à vitória foi um trabalho
complicado, sobretudo por conta dos minutos iniciais: em 24 minutos, os gregos
perderam dois jogadores lesionados – Kone, substituído justamente pelo autor do
gol, Samaris, e Karnezis, substituído por Glykos.
Até
aí, tudo preocupante, mas logo ficou claro que nada disso impediria que os
gregos dominassem o jogo e partissem para cima, criando chances. Depois de
Cholevas ter acertado o travessão num chute de longe, pouco antes do final do
primeiro tempo, Samaris roubou a bola, tabelou com o quase-xará Samaras e tocou
na saída do goleiro.
Na
segunda etapa, o veterano Karagounis ainda deixou os gregos pertinho de
marcarem o segundo e decidirem sua vaga, mas o castigo estava por vir pouco
depois: aos 29, Gervinho recebeu na área e não foi fominha: levantou a cabeça e
tocou no meio para Wilfried Bony chutar forte.
Desespero
para, de novo, exigir jogo ofensivo dos gregos. E bastou precisar de novo que,
uma hora, funcionou. Samaras esperava na área para completar cruzamento da
esquerda quando foi tocado. Pênalti que ele próprio bateu para levar seu país
adiante, à base do ataque. Pelo menos na hora em que realmente foi preciso.
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