Poder
jogar pelo empate, numa partida de vida e morte que reúne dois campeões
mundiais é uma vantagem considerável. Sobretudo se o seu time – como, aliás,
também o do adversário – tem a reputação de se defender bem, como é o caso da
Itália.
Acontece
que, por muito que as batalhas no meio-campo e a falta de chances de gols tenha
tomado conta de boa parte do jogo que definiu o último classificado do Grupo D,
nesta terça-feira, os italianos acabaram vítima de terem sido a equipe com
menos iniciativa ofensiva.
Um
gol de cabeça do zagueiro Diego Godín aos 36 minutos do segundo tempo decretou
a vitória do Uruguai por 1 a 0, levando os comandados de Óscar Tabárez às
oitavas de final com a seis pontos, na segunda colocação da chave, atrás da
Costa Rica. Para quem não se lembra, semanas atrás o zagueiro fez parecido, mas
com seu clube, o Atlético de Madri: subiu muito na ára e marcou o gol decisivo,
no Camp Nou, que valeu o título espanhol para os colchoeiros. Graças a ele,
assim como Inglaterra e Espanha, a Itália é mais um campeão mundial que dá
adeus ao Brasil 2014 ainda na fase de grupos.
Não
é o caso de dizer que os uruguaios partiram para cima, enquanto os italianos se
defenderam. Longe disso. A partida quase toda foi marcada pela cautela e a
tensão que a ocasião pedia. A diferença é que, nas poucas vezes em que
encontrou espaço para se aproximar do trio de zagueiros italiano, o Uruguai foi
mais perigoso.
Desde
o melhor lance do primeiro tempo – duas defesas consecutivas de Gianluigi
Buffon, à queima-roupa – até o momento em que, aos 14 da segunda etapa, veio o
lance que mudou de vez a cara do jogo: Claudio Marchisio entrou com violência
numa dividida com Egidio Arévalo Ríos e foi expulso. Pronto. Num jogo de tão
poucos espaços, um jogador a menos fez uma diferença brutal.
Buffon
- que, apesar da derrota, seria eleito o Craque do Jogo Budweiser - ainda
barrou outra vez Suárez, aos 21 minutos, num chute rasteiro que exigiu uma
defesa espetacular, mas, já a caminho do final, foi impossível: o gol de Godín
encerrou a participação de uma Itália que, após começar bem o torneio, batendo
a Inglaterra, só viu seu rendimento cair.
E
premiou a fibra de uma equipe uruguaia que, junto à Costa Rica, deixou para
trás os dois europeus daquele que, a priori, era o “grupo da morte”. Os
charrúas, agora, aguardam a decisão do Grupo C, ainda hoje, para saber quem
fica com a liderança e será seu rival do dia 28, no Maracanã.
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