Além
da suspeição de envolvimento em transação de jogadores, conforme matéria da
ESPN repicada pelo jornal A TARDE desta sexta-feira (25), o técnico da seleção
Dunga trava disputa milionária contra o governo brasileiro pela suspeita de não
ter pago imposto sobre dinheiro movimentado no exterior.
Foto:
CFB
Segundo
reportagens que estouram no em diversos sites de notícias, a Receita Federal
cobra de Dunga o pagamento de pelo menos R$ 907 mil. O capitão do tetra já
perdeu na instância interna da Receita e, em novembro de 2013, teve recurso
rejeitado no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
De
acordo com o Carf, há indícios "veementes" de que Dunga usou
operações financeiras inexistentes para pagar menos imposto. O valor cobrado
pela Receita inclui o imposto não pago (R$ 325 mil), duas multas e juros. O
cálculo de R$ 907 mil foi atualizado pela Receita até abril de 2007 –corrigido,
passa de R$ 1,3 milhão. Dunga recorreu à segunda instância e pode ir à Justiça.
A
operação suspeita envolve o recebimento de US$ 270 mil (R$ 599 mil) em 2002 em
sua conta. Dunga tentou, sem sucesso, justificar o recebimento para que não
entrasse na base de cálculo do imposto a ser cobrado.
Resposta
Dunga
rechaçou a autuação da Receita, disse que não deve imposto e afirmou que tomará
medidas judiciais por quebra de sigilo bancário e fiscal. "Se o senhor
veicular o que afirma que fará, é ótimo, pois, assim, poderei ingressar em
juízo pelo dano moral e patrimonial", escreveu Dunga. As informações
obtidas pela reportagem constam de decisão pública do Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda.
"Fossem
[meus] argumentos ou provas irreais e/ou ilícitas, à época, teria sido
instalado pelo Ministério Público procedimento penal para punir-me", disse
o técnico da seleção brasileira. Em nota de 32 páginas enviada à reportagem, o
treinador fala em "abuso de autoridade" da Receita Federal e
"ânsia de punir". O treinador também afirma que "não há nenhuma
simulação para sonegar rendimentos".
No
recurso levado ao Carf a defesa de Dunga afirma que valores foram movimentados
pela pessoa jurídica do atleta e, por isso, não deveriam entrar no imposto de
renda da pessoa física. Esse foi o caso do dinheiro movimentado na offshore
uruguaia Lespan. Sobre o empréstimo, Dunga afirmou que não deveria contar para
o cálculo do imposto porque não gerou acréscimo patrimonial.
Ele
diz ainda que os recibos em português eram uma tradução e que foi obrigado pelo
clube japonês a emprestar o dinheiro sem juros. O Júbilo Iwata e a Image
Promotion Company, empresa envolvida na triangulação e que detinha os direitos
de imagem do então atleta da seleção brasileira, não responderam. A Receita não
comenta casos de contribuintes.
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