Com
apoio da situação e do presidente da Confederação Brasileira de Surf, o
empresário Carlos Abdalla, 40 anos, foi eleito no dia 22 de julho, o novo
presidente da Federação Baiana de Surf (FBS).
Militando
há quase duas décadas em diversos setores do surf, Abdalla tem diversos
serviços prestados à própria Federação e também a entidades como a Associação
Brasileira de Longboard (ABL) e Associação Nordestina de Surf (ANS), onde
exerce a função de tour manager. Também já trabalhou em muitos eventos da
Confederação Brasileira de Surf (CBS).
Como
em nenhum momento antes na História do esporte no Estado, o Surf baiano tem a
pessoa no lugar certo, na hora certa. Sem dúvidas, Carlos Abdalla é a pessoa que
mais entende de surf competição no Estado, seus caminhos e seus caixotes e seus
caldos. Agora é só o dirigente tomar acento na cadeira mais importante do surf
no Estado e botar para baixo a sua administração.
Para
marcar o início do seu mandato, depois de uma eleição que se arrastou por mais
de sete meses e com diversas denúncias de irregularidades, Abdalla ignorou o
"choro" dos perdedores e fez um "pronunciamento" no site
Surf Bahia, o veículo oficial da Federação Baiana de Surf.
Veja
o que o presidente falou no Surf Bahia:
O
novo presidente da FBS é também empresário no ramo de confecção, e avisa:
"Não pretendo ganhar dinheiro com o esporte, nem quero. Tenho a minha vida
estabilizada e por isso, antes de mais nada, quero deixar claro. Sempre vemos
as pessoas falando que fulano tem aquilo porque roubou o surf, comprou aquilo
com o dinheiro público. Tudo o que tenho é graças ao sucesso das minhas
empresas e não quero nenhum dinheiro do surf".
Nesta
entrevista ao SurfBahia, Carlos Abdalla fala sobre os seus planos como
presidente e também sobre o processo de eleição da FBS.
Como
presidente eleito, qual será seu primeiro passo à frente da FBS?
Primeiramente
reorganizar tudo para 2015. Já demos o primeiro, que é promover a primeira
etapa do Estadual em setembro, e isso já é um grande passo em uma época de eleições e crise no
mercado.
O
surf profissional no Estado vive um declínio há alguns anos com poucos eventos
e sem um Circuito forte e competitivo. Como enxerga esse quadro atual e quais
as medidas para retomar o Circuito Baiano Profissional?
O
surf está em declínio em todo o país, não só a Bahia. As pessoas têm a mania de
dizer que “só” aqui na Bahia acontece isto, e sabemos que a crise está no
Brasil inteiro. Temos que conversar muito para poder dar uma diretriz a um
evento profissional ou Pro / Am.
Notamos
um hiato entre as gerações de competidores na Bahia e talvez isso seja reflexo
da falta de investimentos nas categorias amadoras e em uma equipe na disputa do
Brasileiro Amador. Quais os planos para formar novos talentos e um time forte
para brigar pelo título do Brasileiro Amador?
Excelente
pergunta. Em nossa gestão, fizemos muitas etapas do circuito amador,
facilitando e muito para que todas as associações ou produtores de evento
fizessem estas etapas, pois o atleta não precisa de “megas” palanques, e sim de
premiação. Ele precisa de eventos para ficar afiado e fazer bonito no circuito
brasileiro de surf amador e outros eventos fora do estado. Sou contra cobrar
“taxa” de filiação a entidades que já não têm como sobreviver, fazendo com que
as poucas que promoviam eventos não demonstrassem mais a vontade de realizar
algo.
Antes
das eleições, notou-se um certo conflito entre algumas associações de surf do
Estado. Qual sua posição diante dessas controvérsias e como será sua relação
com as outras associações?
Uma
associação tem o direito de exigir algo desde que promova algo em prol de seus
associados. Visualizava entidades que não fazem mais nada há muito tempo
querendo votar porque já têm muito tempo de “fundada”. Isto é injusto com aquela
que, independente do ano em que foi criada, faz algo para o esporte. Todas as
entidades serão bem vindas e convidadas a realizar seus eventos para seus
associados.
Sua gestão será de 4 anos à frente da entidade.
Como o senhor gostaria de ver a FBS em 2018?
Com
um circuito sólido, forte em todas as categorias, com atletas representando o
estado como ele merece ser representado!!
No
fórum da reportagem sobre a eleição e pelos comentários nas redes sociais,
muitos internautas questionaram as chapas concorrentes e a grande maioria não
acredita na melhoria da FBS. Como vê essa descrença por parte dos surfistas
baianos?
As
chapas foram criadas por pessoas que poderiam assumir a Federação, porém os
internautas não sabem que muitas associações “apareceram” e queriam a qualquer
custo votar, o que já era de se estranhar... Foram criadas “regras” para que
elas pudessem votar e a novela durou 7 meses, com todos os presentes em cada
reunião concordando com tudo. Quando chegava a época em que já era para votar,
mais uma vez se dava uma nova chance, e aí vimos no que deu. O surf esta
caótico no país como um todo. Isto não acontece somente na Bahia, mas estaremos
trabalhando para alavancar o esporte. Hoje temos a CBS na Bahia e temos que
trabalhar alinhados com a Confederação para que em um futuro próximo possamos
revelar novos campeões .
Na
sua opinião, o Circuito Baiano Amador deve ser separado ou junto do
Profissional? Qual a premiação mínima da Pro que pretende distribuir?
Vejo
que o circuito amador poderia ser junto, porém extiguindo a categoria “Open” e
criando a categoria Pro / Am. Com a inclusão desta categoria e a exclusão da
Open, todas as associações poderiam fazer o mesmo. Não posso prometer nada com
a categoria Profissional, pois é muito cedo e qualquer promessa hoje seria uma
mentira.
O
objetivo é promover etapas do Circuito em lugares mais tradicionais, como
Jaguaribe, Stella, Olivença, Itacaré, ou passar também por praias menos
badaladas?
Os
atletas lembram que sempre em janeiro abríamos o Amador em Canavieiras, um
evento simples, porém já era um treino para todos. Fizemos Estadual em
Belmonte. Veja bem, dois munícipios que fazem parte da Bahia e muitos não conhecem.
Com toda certeza estes e outros estarão de volta em 2015, pois a Bahia vai da
praia do Costa Azul, no norte, até a divisa com o Espírito Santo, no município
de Mucuri.
Pretende
desenvolver alguma ação durante o WQS Surf Eco Festival em Itacaré, como a FBS
fez no ano passado, ou é contra promover etapas junto com outros grandes
eventos?
Sou
a favor de que todos os grandes eventos que chegam à Bahia façam algo em
beneficio do Estado e de seus atletas. Se, por exemplo, temos uma estrutura
montada com tudo e se há vontade de ambas as partes, para mim, quantos mais
eventos para os atletas do Estado, melhor" falou o presidente ao Surf
Bahia.
1 milhão em dois anos
Mais
uma vez, o pronunciamento oficial do presidente gerou reações nas redes
sociais. Uma das mais veementes foi o árbitro e dirigente de associação de
surf,
Jesuino
Ferreira que, no sábado (26) aproveitou a eleição da nova diretoria da
Federação Baiana de Surf para fomentar o Controle Social na comunidade do surf
de competição, ou seja, a participação dos surfistas/atletas na fiscalização e
aquisição de verbas públicas das entidades esportivas.
Pois,
segundo o dirigente, com a alteração da Lei Pelé (Lei 9.615/1998), feita
através da Medida Provisória 620 (promulgada pela presidente Dilma e está na
Lei 12.868/2013), que restringe as reeleições, obriga transparência e garante à
representação de atletas nas entidades que recebam, direta ou indiretamente,
dinheiro público e, deste modo, a nova lei impõe maior transparência nos
comandos das entidades esportivas brasileiras.
Para
Ferreira, momento é de fiscalização. "Sim, agora, mais do que nunca,
precisamos exercitar a nossa cidadania! Trago, como exemplo, a liberação de
verba pública feita pelo Governo do Estado da Bahia, via Superintendência dos
Desportos do Estado da Bahia – SUDESB, para a Confederação Brasileira de Surf –
CBS.
Cabe
aqui um registro do papel social da SUDESB em apoiar, técnica e
financeiramente, o esporte amador em nosso estado. Em 2014, a SUDESB repassou
mais de meio milhão de reais para a CBS e, este ano, algo em torno de
quinhentos mil reais (Termos de Convênios divulgados no Diário Oficial da
Bahia/www.egba.ba.gov.br). No entanto, esse investimento do governo estadual,
efetivamente, não proporcionou o desenvolvimento do surf baiano. Com tais
recursos seria possível realizar competições estaduais cada vez melhores,
incentivar a juventude à prática esportiva e revelar novos atletas. Porém, o
que se viu nos últimos anos, foi ausência de competições válidas para o
Circuito Baiano e de projetos de inclusão social. Nesse sentido, a partir de
agora estaremos mobilizando os atletas baianos e as entidades filiadas a FBS,
para agir de forma crítica e ativa na participação de decisões para o surf
baiano e garantir que “todos os associados e filiados acesso irrestrito aos
documentos e informações relativos à prestação de contas, bem como àqueles
relacionados à gestão da respectiva entidade de administração do desporto, os
quais deverão ser publicados na íntegra no sítio eletrônico desta (Lei
12.868/2013)." explica, Jesuino Ferreira.
Egba
- Empresa Gráfica da Bahia
www.egba.ba.gov.br
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