A
oitava edição do Festival promovido pela Dendê Produções que reúne surfe,
música e ecologia, está sendo disputada por 144 surfistas de 24 países em
Itacaré no sul da Bahia.
Colaboração
de texto: João Carvalho/WSL
Colaboração
de foto: Daniel Smorigo
Uma
linda terça-feira de Sol, céu azul e calor em Itacaré para a abertura do Mahalo
Surf Eco Festival na Bahia. A primeira fase do último QS 6000 do ano foi
iniciada as 10h40 em séries de 2 pés com boa formação na secante da maré na
Praia da Tiririca, mas quando ela encheu as ondas sumiram e competição foi
paralisada após a oitava bateria. Dos 144 inscritos de 24 países, 32
representantes de doze nações já estrearam na segunda das três etapas da
"perna brasileira" de fim de ano da WSL South America. Esta série de
eventos no Brasil é decisiva na disputa pelas últimas vagas na lista dos dez
indicados pelo ranking do Qualifying Series para a elite mundial da World Surf
League.
Messias Felix. |
A
oitava edição do Surf Eco Festival promovido pela Dendê Produções desde 2008,
foi inaugurada com vitória baiana de um atleta patrocinado pela Mahalo, Bruno
Galini. Ele já começou na frente com nota 6,50 e depois surfou uma onda melhor
que valeu 7,33 para confirmar o primeiro lugar. Na briga pela segunda vaga, o
cearense Messias Felix garantiu uma dobradinha brasileira nos dois estrangeiros
da bateria, por uma pequena vantagem de 11,77 a 11,43 pontos sobre o
australiano Perth Standlick. O português Tomas Fernandes ficou em último e
também foi eliminado logo em sua estreia em Itacaré.
"O
evento demorou um pouco pra começar, mas minha bateria rolou numa hora boa, com
mar lisinho ainda e sem vento. Mas, na verdade, eu não consegui achar aquela
onda da série, mas pequei algumas mais embaixo pra surfar e deu tudo
certo", disse Bruno Galini, que é de Ilhéus, cidade vizinha a Itacaré.
"Eu não estava escutando as notas e só soube que tinha vencido a bateria
quando sai do mar. Estou amarradão porque é o campeonato do meu patrocinador
(Mahalo), então tem um peso a mais de passar as baterias, mostrar que tá
surfando bem e agora é focar pra segunda fase".
O
segundo confronto foi internacional, com quatro surfistas de outros países
brigando por mais duas vagas para a rodada de estreia dos cabeças de chave, com
as principais estrelas do QS 6000 Mahalo Surf Eco Festival. O japonês Hiroto
Arai foi mais feliz na escolha das ondas e não desperdiçou as chances que teve
para estrear com vitória por 12,57 pontos. O havaiano Kiron Jabour passou em
segundo com 10,50, despachando o norte-americano Taylor Clark e o chileno
Manuel Selman.
Hiroto Arai. |
"Foi
muito divertida a bateria, tem vários picos quebrando e todos puderam
surfar", disse o japonês Hiroto Arai, que já competiu em Itacaré no ano
passado. "Eu consegui pegar boas ondas para tirar boas notas e estou muito
feliz por ter começado o evento com vitória. As condições estavam boas para
fazer várias manobras e os aéreos também, então até arrisquei alguns para
buscar a classificação, que era o mais importante para mim".
Melhores do dia - As
baterias continuaram rolando com os estrangeiros em maioria no início do dia.
Na terceira, o único brasileiro, Lucas Chianca, terminou em último na disputa
que classificou o português Nic Von Rupp em primeiro e o francês Paul Cesar
Distinguin ganhou a briga pela segunda vaga do norte-americano Nic Hdez. No
confronto seguinte, o norte-americano Patrick Gudauskas deu o primeiro show nas
ondas da Tiririca. Ele vem embalado de um terceiro lugar na etapa encerrada
domingo em Florianópolis (SC), onde só perdeu nas semifinais.
Patrick
fez parte do WCT por muitos anos e está na busca para retornar ao grupo de
elite da World Surf League. Ele não conhecia Itacaré e achou boas ondas para
somar duas notas 7,83 no maior placar do dia, 15,66 pontos. Mas, a maior nota
foi a 8,67 recebida pelo catarinense Yuri Gonçalves logo em sua primeira onda,
que acabou lhe garantindo a classificação em segundo lugar. Eles tiraram dois
havaianos numa tacada só, Seth Moniz e Keoni Yan.
Patrick Gudauskas. |
"É
a minha primeira vez em Itacaré e fiquei surpreso porque é tudo muito bonito
aqui. Quando acordamos de manhã, vindo para cá, me senti como se estivesse indo
fazer um freesurf", disse Patrick Gudauskas. "Este é um evento
importante para mim, pois tive um início de ano difícil, mas estou feliz por
estar surfando bem agora. Eu fui até as semifinais no evento da semana passada
(em Florianópolis-SC) e espero conseguir outro bom resultado aqui. Mas, procuro
me concentrar em competir bem bateria por bateria, me divertir, sem pensar
muito em ranking".
Matheus Navarro. |
A
nota 8,67 de Yan Gonçalves foi batida pelo 8,73 que o também catarinense
Matheus Navarro conseguiu para ganhar o quinto confronto do dia com o segundo
maior placar da edição 2015 do Mahalo Surf Eco Festival, 15,56 pontos. O
francês Andy Criere passou em segundo, assim como os seus compatriotas Diego
Mignot e Tristan Guilbaud nas baterias seguintes, vencidas pelo sul-africano
Michael February e o argentino Leandro Usuna, respectivamente.
Última do dia -
Quando a sexta bateria começou, a maré já estava bem cheia e com grandes
intervalos entre as séries. Logo foi anunciado que seria a última da
terça-feira e a sétima ficou para abrir a quarta-feira, com a primeira chamada
marcada para as 8h00 horas na Praia da Tiririca, 9h00 nos estados com horário
de verão. O Mahalo Surf Eco Festival pode ser acompanhado ao vivo na internet
pelo www.worldsurfleague.com
O
venezuelano Francisco Bellorin liderava a disputa pelas últimas vagas do dia
até o minuto final, quando entrou uma série de ondas com mais parede para as
manobras e tudo mudou. O pernambucano Ian Gouveia arrancou nota 7,33 dos juízes
e pulou do terceiro para o primeiro lugar. E o taitiano Mihimana Braye ganhou
6,30 para também superar Bellorin e se manter em segundo, com o catarinense
Cainã Barletta sendo eliminado junto com o único representante da Venezuela no
Mahalo Surf Eco Festival.
Ian Gouveia. |
"Poxa,
eu sempre dou esse azar de competir bem na hora que é anunciado que o
campeonato vai parar na próxima bateria porque o mar está ruim", disse Ian
Gouveia. "Ainda bem que eu tive sorte de entrar uma onda boa ali no final
pra mim que acabou garantindo minha classificação em primeiro lugar. Mas, o mar
está bem difícil, lá dentro não dá pra saber qual onda vai ser boa, mas tive
aquela sorte ali no finalzinho da bateria e estou bem contente por ter passado
para a próxima fase".
O taitiano Mihimana Braye. |
O
taitiano Mihimana Braye também vibrou com a classificação: "Itacaré é um
lugar lindo primeiramente, é parecido com o Taiti, o povo é muito receptivo, os
dias ensolarados e me sinto em casa aqui. Eu vim aqui no ano passado pela
primeira vez e consegui um bom resultado, fui até as quartas de final. Hoje
(terça-feira) tem umas ondas divertidas, mas agora com a maré cheia ficou bem
difícil você achar duas ondas boas, então você tem que ser bem seletivo. Estou
feliz por ter passado para a próxima fase, pois preciso de pontos para melhorar
o meu ranking".
24 países em Itacaré - A
quantidade de 24 países sendo representados em Itacaré é recorde na história do
Mahalo Surf Eco Festival. Os estrangeiros são maioria com 100 inscritos, contra
44 brasileiros. Fora o Brasil, os maiores pelotões são da Austrália com vinte
surfistas e dos Estados Unidos com dezoito. A França e o Havaí têm oito
participantes cada, depois vem Portugal com cinco, África do Sul e Japão com
cinco, Argentina e Costa Rica com quatro, Espanha e Guadalupe com três, com
dois a Nova Zelândia, Taiti, Ilha Reunião, Chile e Peru e com um a Itália,
Indonésia, Marrocos, São Bartolomeu, Porto Rico, Venezuela e Uruguai.
O
Mahalo Surf Eco Festival é realizado pela Dendê Produções com patrocínio da
marca Mahalo, Prefeitura Municipal de Itacaré, Pousada Ecoporan, Secretaria de
Turismo do Governo do Estado da Bahia, TV Santa Cruz e Skol. A etapa do QS 6000
sancionada pela WSL South America com premiação de 150 mil dólares, vale 6.000
pontos para o ranking mundial do WSL Qualifying Series e será transmitida ao
vivo pelo www.worldsurfleague.com
Festival de Música: Já é
tradição. Desde a estreia do Surf Eco Festival em 2008, ele é encerrado com um
grande festival de música. A semana será agitada com os eventos promovidos
pelos patrocinadores nos diversos espaços da cidade e até na Praia da Tiririca,
com o Eco Sunset rolando até as 19h00 com um DJ animando o pôr do Sol a cada
fim de dia na área VIP da arena do evento, para convidados e competidores.
No
sábado, 31 de outubro, começam os shows no KM 06, a partir das 20 horas, com
atrações de peso da música local e nacional, como Baiana Sistem, Ponto de
Equilíbrio, Seu Jorge, além do SPACE DJ ao vivo. E no domingo, depois do
campeão do Mahalo Surf Eco Festival ser coroado na Praia da Tiririca, também no
KM 06 subirão ao palco as bandas Cidade Negra, Nando Reis, Legião Urbana e com
SPACE DJ ao vivo novamente.
PRIMEIRA
FASE DO QS 6000 MAHALO SURF ECO FESTIVAL:
1ª)
1-Bruno Galini (BRA), 2-Messias Felix (BRA), 3-Perth Standlick (AUS), 4-Tomas
Fernandes (PRT)
2ª) 1-Hiroto Arai (JPN), 2-Kiron
Jabour (HAV), 3-Taylor Clark (EUA), 4-Manuel Selman (CHL)
3ª)
1-Nic Von Rupp (PRT), 2-Paul Cesar Distinguin (FRA), 3-Nic Hdez (EUA), 4-Lucas
Chianca (BRA)
4ª) 1-Patrick Gudauskas (EUA),
2-Yuri Gonçalves (BRA), 3-Seth Moniz (HAV), 4-Keoni Yan (HAV)
5ª)
1-Matheus Navarro (BRA), 2-Andy Criere (FRA), 3-Garrett Parkes (AUS),
4-Jeronimo Vargas (BRA)
6ª) 1-Michael February (AFR),
2-Diego Mignot (FRA), 3-Jorgann Couzinet (REU), 4-Kaito Ohashi (JPN)
7ª)
1-Leandro Usuna (ARG), 2-Tristan Guilbaud (FRA), 3-Jake Davis (EUA), 4-Joshua
Moniz (HAV)
8ª)
1-Ian Gouveia (BRA), 2-Mihimana Braye (TAH), 3-Francisco Bellorin (VEN),
4-Cainã Barletta (BRA)
--------------baterias
que vão abrir a quarta-feira:
9ª)
Facundo Arreyes (ARG), Victor Bernardo (BRA), Derek Peters (EUA), Cam Richards
(EUA)
10) Nomme Mignot (FRA), Vicente
Romero (ESP), Slade Prestwich (AFR), Harrison Mann (AUS)
11)
Jean da Silva (BRA), Brian Toth (PRI), Paulo Moura (BRA), Cody Robinson (AUS)
12)
Ramzi Boukhiam (MAR), Takumi Yasui (JPN), Alan Donato (BRA), Nahuel Amalfitano
(ARG)
13)
Willian Cardoso (BRA), Flavio Nakagima (BRA), Shun Murakami (JPN), Jatyr
Berasaluce (ESP)
14)
Luel Felipe (BRA), Cory Arrambide (EUA), Nelson Cloarec (FRA), Ethan Egiguren
(ESP)
15)
Miguel Tudela (PER), Robson Santos (BRA), Thiago Guimarães (BRA), Colt Ward
(EUA)
16)
Lucas Silveira (BRA), Dylan Lightfoot (AFR), Teale Vanner (AUS), Nicolas Vargas
(CHL)
17)
Krystian Kymerson (BRA), Dimitri Ouvre (BLM), Halley Batista (BRA), Eduardo
Fernandes (PRT)
18)
Marco Giorgi (URY), Rafael Teixeira (BRA), Luan Wood (BRA), Raphael Seixas
(BRA)
19) Timothee Bisso (GLP), Dale
Staples (AFR), Lucca Novaro (PER), Gatien Delahaye (GLP
20)
Marco Fernandez (BRA), Parker Coffin (EUA), Reo Inaba (JPN), Alcides Lopes
(BRA)
21) Thomas Woods (AUS), Oney Anwar
(IDN), Ian Gentil (HAV), Gabriel André (BRA)
22)
José Ferreira (PRT), Ian Crane (EUA), Yago Dora (BRA), Tomas King (CRI)
23) Michael Wright (AUS), Cahill
Bell-Warren (AUS), Guillermo Satt (CHL), Renato Galvão (BRA)
24)
Wesley Dantas (BRA), Noah Schweizer (EUA), Caetano Vargas (BRA), Matt
Passaquindici (EUA)
SEGUNDA
FASE - entrada dos 48 cabeças de chave mais bem colocados no ranking:
1ª)
Caio Ibelli (BRA) e Iago Silva (BRA), Bruno Galini (BRA), Kiron Jabour (HAV)
2ª)
Tanner Gudauskas (EUA) e Mitch Crews (AUS), Messias Felix (BRA), Hiroto Arai
(JPN)
3ª) Charles Martin (GLP) e Ezekiel
Lau (HAV), Nic Von Rupp (PRT), Yuri Gonçalves (BRA)
4ª)
Ryan Callinan (AUS) e Soli Bailey (AUS), Paul Cesar Distinguin (FRA), Patrick
Gudauskas (EUA)
5ª)
Maxime Huscenot (FRA) e Thiago Camarão (BRA), Matheus Navarro (BRA), Diego
Mignot (FRA)
6ª) Nathan Yeomans (EUA) e Nathan
Hedge (AUS), Andy Criere (FRA), Michael February (AFR)
7ª) Conner Coffin (EUA) e Yadin
Nicol (AUS), Leandro Usuna (ARG), Mihimana Braye (TAH)
8ª) Davey Cathels (AUS) e Hizunomê
Bettero (BRA), Tristan Guilbaud (FRA), Ian Gouveia (BRA)
9ª) Kanoa Igarashi (EUA) e Granger
Larsen (HAV)
10) Billy Stairmand (NZL) e Heitor
Alves (BRA)
11) Evan Geiselman (EUA) e Santiago
Muniz (ARG)
12) Stu Kennedy (AUS) e Jadson
André (BRA)
13)
Joan Duru (FRA) e Ricardo Christie (NZL)
14)
Noe Mar McGonagle (CRI) e Medi Veminardi (REU)
15)
Michael Dunphy (EUA) e Pedro Henrique (PRT)
16)
Dion Atkinson (AUS) e David do Carmo (BRA)
17)
Jessé Mendes (BRA) e Mateia Hiquily (TAH)
18) Tanner Hendrickson (HAV) e Wade
Carmichael (AUS)
19)
Tomas Hermes (BRA) e Beyrick De Vries (AFR)
20)
Carlos Munoz (CRI) e Leonardo Fioravanti (ITA)
21)
Michael Rodrigues (BRA) e Cooper Chapman (AUS)
22)
Connor O´Leary (AUS) e Bino Lopes (BRA)
23)
Brent Dorrington (AUS) e Deivid Silva (BRA)
24)
Alex Ribeiro (BRA) e Yagê Araujo (BRA)
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