Antes de competir na temporada
havaiana, vice-campeão Sul-americano encara o 13ª Volta da ilha de Santo Amaro
neste domingo.
Colaboração de foto: Cláudio
Tanaka
O ano promete ser intenso para
o remador vicentino João Renato Moura. Atual vice-campeão sul-americano de
canoagem Master, ele encara neste fim de semana a dura prova de canoa havaiana
que circunda a ilha de Santo Amaro, considerada a maior competição do mundo na
modalidade, com percurso total de 75 km. Na 13ª Volta da ilha de Santo Amaro,
ele integra a equipe Brucutus Canoe Club, formada em 2002 e uma das mais
tradicionais do Brasil. “Venho treinando com eles e estou otimista para minha
estreia neste tradicional evento do calendário nacional”, comenta
A disputa no próximo dia 12,
com largada e chegada em Santos, costea toda a ilha, entre trechos de mar e
rio. Cada equipe compete com nove integrantes, seis na canoa e três revezando.
O primeiro trecho será pelo mar, com cerca de 40 km, passando por todas as
praias de Guarujá. O restante será em águas calmas pelo Canal de Bertioga até o
Porto e depois para a chegada.
No fim de semana seguinte (19
e 20/3) ele alia a canoagem à sua experiência no triathlon para encarar a
primeira etapa do circuito brasileiro Aloha Spirit Festival, maior evento de
modalidades aquáticas do Brasil e um dos maiores no mundo. Defensor do título
nacional Master OC1, ele competirá em três provas distintas: natação, canoagem
e apnéia. “Será uma prova intensa, mas a prioridade com certeza é a canoa
havaiana. Desde o início do ano tenho treinado intensamente para buscar o
bicampeonato em minha categoria. As outras modalidades complementam o
treinamento que já faço”, explica.
Porém, os olhos de João Renato
brilham quando o assunto Hawaii vem à tona. Após disputar as provas mais
importantes do mundo duas vezes consecutivas, ele ficou de fora no ano passado
e esta ansioso para voltar ao arquipélago. “Lá é o “Iroman” do esporte. É
sempre muito bom. Neste ano, colocarei em prática minhas principais
habilidades. Farei a prova de OC1 (Molokai até Oahu – 56 km), de stand up e
ainda quero fechar com chave-de-ouro disputando um campeonato de surf em
Haleiwa, no North Shore de Oahu. Porém, minha grande meta deste primeiro
semestre é a participação na travessia entre as ilhas de Molokai e Oahu de
OC1”, explica.
O freesurf na meca do esporte
também está nos planos do competidor. “É sempre muito bom aproveitar alguns
dias de folga entre uma prova e outra para surfar as melhores ondas do mundo”.
Agora é o momento de
esquematizar toda logística e ajeitar as parcerias. “A temporada havaiana tem
um custo muito alto. Além de o dólar nas alturas preciso bancar o barco de
apoio, equipamento, estadia e alimentação. Estou no momento de viabilizar tudo
para chegar lá e só pensar na competição”, comenta ele, que conta com apoio da
Board House, Kialoa e Mithus.
Considerado um novato na
canoa, João Renato foi lançado ao topo do esporte após conquistar o título nacional
e chegar ao vice-campeonato no Sul-americano realizado em novembro passado em
Santos. “Realmente, a canoa havaiana chegou de mansinho, mas agora tomou conta
da minha trajetória competitiva. Aprendi com grandes mestres e tenho focado
intensamento no preparo fora da água para manter o mesmo ritmo de 2015”,
ressalta o competidor.
Trajetória – João Renato ganhou
notoriedade ao figurar em pódio de competições nacionais e internacionais de
longboard e stand up paddle. Há dois anos deu os primeiros passos na canoa
havaiana. No ano passado, em sua estreia no circuito nacional acumulou duas
vitórias e dois vices para garantir o título brasileiro. Em novembro,
participou do Sul-Americano em Santos e ficou atrás apenas de seu mentor
Everdan Riesco, conquistando a medalha de prata.
Esportista desde a infância,
sua relação com o surf teve início em 1997. Dez anos depois, ficou curioso ao
se deparar com um amigo remando em pé, conheceu o stand up e nunca mais parou
de remar. Em 2011 iniciou no circuito brasileiro profissionalmente e acumulou
temporadas internacionais na bagagem ao disputar as provas mais casca-grossas
de travessias do mundo.
Domina as modalidades de sup,
canoa havaiana e longboard, além de ter treinado e participado de eventos no
triathlon. Este mix formou um atleta polivalente que utiliza todo aprendizado
como base para encarar as mais variadas provas mundiais.
“O triathlon foi um ótimo
professor, pois me deu perseverança para trabalhar da melhor forma possível em
provas longas. Minha cabeça sabe o que o meu corpo aguenta. O exercício
funcional ajuda superar a rotina de provas desgastantes”.
Completa seu perfil, a
experiência acadêmica como Educador Físico altamente gabaritado em diversas
áreas relacionadas à atividade física, ocupando inclusive atualmente o cargo de
preparador físico da Confederação Brasileira de SUP.
Educador físico de formação,
especializado em fisiologia do exercício pela Escola Paulista de Medicina, e
desenvolveu desde 2000 diversos trabalhos voltados para o surf e tem praticado
testes e treinamentos com os principais nomes do circuito brasileiro de sup. A
experiência como treinador começou na equipe vicentina de surfe, quando ganhou
títulos dos jogos regionais. Também foi responsável pela preparação física da
equipe brasileira de surfe em um mundial realizado no Peru.
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