Campeonato
Baiano dá prejuízo para metade dos clubes. Mas Federação lucra.
Colaboração
de texto: André Uzêda/UOL
Colaboração
de foto: FBF
A
primeira fase do Campeonato Baiano terminou no último domingo (8) após a
realização de 24 partidas. No total, das 12 equipes que participaram desta
etapa inicial, metade fechou no vermelho na equação obtida entre renda dos
jogos x preço pago no aluguel dos estádios e demais despesas. Os números
constam nos borderôs dos jogos disponibilizados pelo site oficial da Federação
Bahiana de Futebol (FBF).
O
rombo somado destas seis equipes chega a quase R$ 65 mil. A Catuense, que está
disputando o torneio da morte para não ser rebaixada, teve as maiores perdas:
quase R$ 18 mil negativos de débito em três jogos como mandante. Na contramão
dos prejuízos financeiros destas agremiações, a FBF lucrou com a competição.
Por
conta de uma cláusula subscrita no regulamento do estadual, que garante 5% da
renda de cada partida no torneio, a FBF deve ágio de R$ 54,5 mil. No jogo, o
pagamento do quadro móvel da FBF fica sob a batuta do clube mandante. Bem como
o pagamento de árbitro e auxiliares são debitados da renda gerada. Ou seja, a
FBF não tem custos em uma partida, apenas proventos.
Em
um hipotético ranking de lucro, considerando a FBF como um clube baiano, a
entidade estaria em quarto lugar como dona dos maiores ganhos da competição,
com mais R$ 30 mil à frente do quinto colocado
- a Jacuipense, que faturou R$ 22 mil.
Só
no clássico Ba-Vi, que teve renda de pouco mais R$ 258 mil, a FBF levantou R$
12.933,40. Isso é maior que o lucro de oito equipes do Campeonato Baiano na
primeira fase, incluindo o próprio Bahia -- que teve prejuízo de renda de R$ 6
mil.
O
caso do Bahia é diferente das demais equipes pelo tipo de contrato que mantém
com a Arena Fonte Nova, onde manda seus jogos. O Bahia não tem direito sobre
sua própria renda, pois vendeu a mesma para a empresa que administra o estádio,
por R$ 9 milhões por ano.
De
três jogos que teve como mandante, o único no qual a direção tricolor ficou com
a renda foi na partida contra o Jacobina, disputada em Pituaçu - e que gerou
pouco mais de R$ 53 mil líquido.
Turbinado
pela receita gerada pelo clássico Ba-Vi, o Vitória teve o maior lucro na
competição estadual. Foi pouco mais R$ 115 mil só na primeira fase. Só o dérbi
gerou R$ 126.709,98. O resto foram despesas que só reduziram os ganhos do
clássico.
Dentro
de um borderô, um clube pode ter até 32 taxas a serem debitadas da renda da
partida. Entre impostos (INSS, ISS), exames anti-doping e lanches para a
Polícia Militar que faz a segurança do jogo entre outros etc.
Um por cento
De
toda renda aferida pela FBF no Campeonato Baiano, ela retira 1% para a
realização do Campeonato Intermunicipal, torneio amador disputado entre as
cidades da Bahia.
Neste
torneio, ela arca com uniformes, inscrição e a premiação da liga campeã. A FBF,
porém, não informa publicamente quanto gasta na realização deste torneio.
Em
reportagem publicada pelo UOL no fim de fevereiro, dois meses após a da
realização desta competição, a Federação Bahiana ainda não havia repassado o
prêmio o campeão e vice do Intermunicipal - um carro e uma moto,
respectivamente.
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