Primeira
vitória do ubatubense é conquistada com nota 10 na última onda que surfou na
final contra o australiano Julian Wilson e Adriano de Souza e Miguel Pupo
dividiram o terceiro lugar nas semifinais em Snapper Rocks na Austrália.
Colaboração
de foto: Kelly Cestari/Kirstin Scholtz/ASP
O
Brasil começa a temporada 2015 do Samsung Galaxy World Surf League Championship
Tour dominando o ranking mundial com a vitória espetacular de Filipe Toledo, 19
anos, no Quiksilver Pro Gold Coast e com os também paulistas Adriano de Souza,
28, e Miguel Pupo, 23, dividindo o terceiro lugar no primeiro desafio do ano na
Austrália. O primeiro título de Filipinho em etapas do WCT foi conquistado de
forma sensacional, com nota 10 na última onda surfada contra o australiano
Julian Wilson, 26 anos, e com o maior placar do campeonato, 19,60 a 14,70
pontos. A vitória valeu um prêmio de 100.000 dólares e a liderança no primeiro
ranking de 2015 com 10.000 pontos.
"Essa
é a melhor sensação do mundo e estou muito feliz por começar o ano com
vitória", disse Filipe Toledo. "Só Deus e minha família sabem o
quanto eu tenho treinado para estar aqui hoje (sexta), tanto física como
mentalmente. Eu estava muito confiante durante todo o evento e quero dedicar
esta vitória ao meu pai (o bicampeão brasileiro Ricardo Toledo) e toda a minha
família que sempre está junto comigo me dando força. Só sei que este será um
grande ano para os brasileiros e provamos isso aqui em Snapper Rocks".
O
ubatubense Filipe Toledo, que atualmente mora na Califórnia (EUA), agora vai
competir na próxima etapa, o Rip Curl Pro Bells Beach nos dias 01 a 12 de
abril, com a lycra amarela de número 1 do mundo, que desde o ano passado vinha
sendo usada pelo campeão mundial Gabriel Medina. Já no Roxy Pro Gold Coast, a
havaiana Carissa Moore, 22 anos, bateu a defensora do título, Stephanie Gilmore,
27, também com duas notas acima de 9 pontos para começar o ano em primeiro no
ranking e Silvana Lima, 30, terminou em quinto lugar nas quartas de final.
"É
incrível a multidão que lotou a praia hoje. Eu nunca tinha recebido tanto
entusiasmo, tantos aplausos, foi realmente emocionante", disse Carissa
Moore. "A Stephanie (Gilmore) é uma surfista incrível e tenho certeza que
ela vai faminta pra vencer a próxima etapa em Bells Beach. Estou muito feliz
pela vitória e também porque vou voltar a competir com a camisa amarela, que é
a minha cor favorita. Agora quero aproveitar um pouco pra curtir, mas logo
volto ao trabalho pra me preparar para Bells".
Entre
os homens, o confronto Brasil e Austrália marcou o Quiksilver Pro Gold Coast
deste ano. Dos doze surfistas que passaram para a quarta fase, cinco eram
brasileiros e cinco australianos. Entre os oito que se classificaram para as
quartas de final que abriram a sexta-feira, metade era do Brasil e metade da
Austrália. Mas, os brasileiros foram maioria nas semifinais com três surfistas
e na grande final Filipe Toledo brilhou mais uma vez com seu incrível
repertório de manobras modernas e progressivas, tanto usando a borda da prancha
com fluidez e velocidade, como nas aéreas que são uma especialidade de mais um
grande talento do surfe brasileiro que vem assombrando o mundo com performances
fantásticas nas baterias.
Nas
direitas de Snapper Rocks, ninguém surfou como Filipe Toledo, que na
quinta-feira já havia batido todos os recordes do campeonato quando derrotou a
sensação do surfe norte-americano, Kolohe Andino, por 18,50 pontos com nota
9,67 da sua melhor onda. Na sexta-feira, começou o dia despachando o
australiano Bede Durbidge por 17,34 a 16,23 pontos nas quartas de final.
Depois, usou os aéreos para ganhar o duelo verde-amarelo com Adriano de Souza
por 17,23 a 10,34. E na grande final, atingiu impressionantes 19,60 pontos com
a única nota 10 do Quiksilver Pro Gold Coast para fechar a sua primeira vitória
em etapas do WCT.
"Esta
minha última onda foi realmente incrível e fiquei muito contente pelos juízes
terem me dado nota 10", disse Filipe Toledo. "O ano passado foi
fantástico para o Brasil, com o Gabriel (Medina) deixando todos nós orgulhosos
pelo título mundial. A conquista dele foi definitivamente uma grande motivação
para mim, pois mostrou que podemos chegar lá também. Agora eu sou o número 1 do
mundo, nem consigo acreditar, estou muito feliz. E a torcida brasileira é
sensacional. Não importa o tempo, se está Sol ou chovendo, eles estão sempre
nas praias torcendo pra gente e eu adoro o povo brasileiro".
Primeira vitória - A última bateria na
sexta-feira de praia superlotada em Snapper Rocks foi mais um show de Filipe
Toledo. Ele largou na frente numa boa direita que valeu nota 8,0. Enquanto o
australiano ficava pacientemente esperando por uma onda boa, o brasileiro foi
pegando as que ele deixava passar e uma delas abriu a parede para somar um 6,0
nas duas notas computadas. Julian Wilson demorou 12 minutos para surfar sua
primeira onda e começou forte, mas errou a segunda manobra. Logo entra outra
série de direitas e Filipe vem primeiro com uma combinação de três manobras
explosivas cravando a borda da prancha para abrir grandes leques de água na
onda. Julian surge na de trás também detonando a onda e finaliza com um aéreo
reverse, mesma arma que usou para superar Miguel Pupo na semifinal.
Foram
duas ótimas apresentações e a nota do australiano saiu primeiro, 9,10. Mas a do
brasileiro valeu 9,60 para manter uma boa vantagem de 8,51 pontos nos dez
minutos finais da bateria. Na série seguinte, Filipe arrisca o aéreo, mas erra
a manobra, assim como seu adversário na onda dele. Logo Filipe pega outra boa
onda que abriu a parede para ele usar o seu estoque de manobras variadas com
pressão e velocidade, incluindo um aéreo 360 com alto grau de dificuldade para
ganhar 9,17 dos juízes. Com ela, Filipe já aumentava o seu próprio recorde de
maior placar do ano no WCT para 18,77 pontos.
Julian
Wilson passou a precisar de uma nota 9,67 nos 5 minutos finais para impedir a
segunda vitória consecutiva do Brasil no Quiksilver Pro Gold Coast. Ou seja, só
um aéreo muito espetacular para isso. Só que foi Filipinho quem deu mais um
espetáculo, estendendo o limite das manobras executadas com muita pressão,
lincando uma na outra e acertando outro aéreo rodando incrível para confirmar a
sua primeira vitória no WCT com nota 10 dos juízes.
Mais Brasil no topo - A temporada 2015
começa como terminou a do ano passado, com o Brasil no topo do surfe mundial.
Depois da festa pelo inédito título mundial de Gabriel Medina no Havaí, agora
foi Filipe Toledo que brilhou na Austrália. Em Banzai Pipeline, o australiano
Julian Wilson carimbou a faixa do brasileiro na decisão do Billabong Pipe
Masters, mas na Gold Coast ele só conseguiu impedir uma final verde-amarela em
plena Snapper Rocks, quando derrotou Miguel Pupo nas semifinais. No entanto, o
australiano não foi páreo para o melhor surfista do campeonato, Filipe Toledo,
que largou na frente na corrida pelo título de campeão mundial da World Surf
League.
A
sexta-feira decisiva já foi iniciada com uma bateria 100% brasileira abrindo as
quartas de final e Miguel Pupo ganhou por pouco do melhor estreante na elite dos
top-34 do WCT nesta primeira etapa do Samsung Galaxy World Surf League
Championship Tour 2015, Wiggolly Dantas. O duelo terminou com uma diferença de
apenas 3 centésimos no placar encerrado em 13,70 a 13,67 pontos. Depois Julian
Wilson ganhou o confronto australiano com Taj Burrow e Adriano de Souza
despachou o tricampeão mundial Mick Fanning, antes de Filipe Toledo dar o seu
primeiro show contra o veterano Bede Durbidge.
Nas
semifinais, o primeiro classificado só foi anunciado depois de um longo suspense
pelas notas das últimas ondas surfadas no minuto final por Julian Wilson e
Miguel Pupo, que liderou toda a bateria. O australiano só pegou duas ondas, na
primeira ganhou nota 8,43 e na última tirou 7,83 dos juízes. O brasileiro tinha
começado com nota 7,17 e estava na frente com o 7,37 da sua quarta onda, então
ficou precisando de 8,89 pontos para vencer e recebeu nota 8,23. Na semifinal
brasileira, Filipe Toledo largou na frente com 7,83 na primeira onda que
acertou dois aéreos e sacramentou a vitória com o 9,40 de mais uma incrível
apresentação nas direitas de Snapper Rocks.
Mr. Gold Coast do Brasil
-
Depois de brilhantes atuações, desta vez Adriano de Souza foi vítima do longo
intervalo entre as séries que marcou o último dia do Quiksilver Pro. Ele não
conseguiu achar as ondas que vinha pegando nas baterias anteriores e repetiu o
mesmo terceiro lugar do ano passado, quando também ficou a um passo da decisão
do título. Mesmo assim, Mineirinho é o verdadeiro Mr. Gold Coast do Brasil.
Esta
foi a sua décima participação nesta etapa que abre a temporada na Austrália e
na metade delas chegou as semifinais. Isso aconteceu logo no seu primeiro ano
em 2006, quando também não passou para a grande final. Em 2009 e 2012 ele
conseguiu, porém terminou como vice-campeão. E agora em 2014 e 2015 ficou em
terceiro lugar, mais uma vez começando bem a temporada entre os top-5 do mundo.
Brasil nota 10 - Se no Quiksilver Pro
Gold Coast, a primeira nota 10 do campeonato só saiu na última onda surfada por
Filipe Toledo, no Roxy Pro a única nota máxima das meninas também só foi
conseguida pela representante do Brasil, Silvana Lima, quando completou um
aéreo rodando perfeito para despachar a australiana Sally Fitzgibbons na briga
por uma vaga nas quartas de final. A cearense está retornando ao grupo das
top-17 do WCT feminino esse ano e estreou carimbando a faixa da hexacampeã
mundial Stephanie Gilmore na primeira fase.
Depois
voltou a enfrentar a australiana na outra rodada classificatória, com a
defensora do título vingando a derrota. E ainda teve o tira-teima que aconteceu
nas quartas de final que abriram a sexta-feira. A brasileira até começou bem a
bateria com nota 8,0, mas perdeu muito tempo esperando por outra onda boa,
enquanto Gilmore foi mais ativa surfando mais ondas para conquistar a
classificação para as semifinais. Silvana Lima terminou em quinto lugar com
5.200 pontos no ranking que passou a ser liderado pela havaiana Carissa Moore,
após a vitória sobre a australiana na grande final.
Próximas etapas - Carissa Moore agora
vai defender os títulos das duas próximas etapas do Samsung Galaxy World Surf
League Championship Tour na Austrália. No ano passado, a havaiana ganhou o Rip
Curl Pro Bells Beach e também o Drug Aware Margaret River Pro em duas decisões
contra a australiana Tyler Wright. Como na Gold Coast, as duas provas serão
disputadas pelos homens e pelas mulheres. O Rip Curl Pro está marcado para os
dias 01 a 12 de abril nas direitas geladas de Bells Beach e no dia 15 já começa
o prazo de Margaret River que vai até 26 de abril.
RESULTADO
FINAL DO QUIKSILVER PRO GOLD COAST:
Campeão:
Filipe Toledo (BRA) por 19,60 pontos (notas 10.00+9.60) - US$ 100.000 e 10.000
pontos
Vice-campeão:
Julian Wilson (AUS) com 14,70 pontos (9.10+5.60) - US$ 40.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS
- 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 20.000 de prêmio:
1.a:
Julian Wilson (AUS) 16.26 x 15.60 Miguel Pupo (BRA)
2.a:
Filipe Toledo (BRA) 17.23 x 10.34 Adriano de Souza (BRA)
QUARTAS
DE FINAL - 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 15.000:
1.a:
Miguel Pupo (BRA) 13.70 x 13.67 Wiggolly Dantas (BRA)
2.a: Julian Wilson
(AUS) 17.44 x 11.17 Taj Burrow (AUS)
3.a:
Adriano de Souza (BRA) 15.07 x 13.23 Mick Fanning (AUS)
4.a:
Filipe Toledo (BRA) 17.34 x 16.23 Bede Durbidge (AUS)
RESULTADO
FINAL DO ROXY PRO GOLD COAST:
Campeã:
Carissa Moore (HAV) por 18,43 pontos (notas 9.40+9.03) - US$ 60.000 e 10.000
pontos
Vice-campeã:
Stephanie Gilmore (AUS) com 15,50 pontos (8.33+7.17) - US$ 25.000 e 8.000
pontos
SEMIFINAIS
- 3.o lugar com 6.500 pontos e US$ 16.250 de prêmio:
1.a: Stephanie Gilmore
(AUS) 16.26 x 11.53 Tatiana Weston-Webb (HAV)
2.a: Carissa Moore
(HAV) 16.86 x 16.06 Tyler Wright (AUS)
QUARTAS
DE FINAL - 5.o lugar com 5.200 pontos e US$ 12.250:
1.a: Tatiana
Weston-Webb (HAV) 14.23 x 11.93 Malia Manuel (HAV)
2.a: Stephanie Gilmore
(AUS) 16.00 x 14.17 Silvana Lima (BRA)
3.a: Tyler Wright (AUS)
15.33 x 13.40 Courtney Conlogue (EUA)
4.a: Carissa Moore
(HAV) 17.67 x 15.03 Lakey Peterson (EUA)
CALENDÁRIO DO SAMSUNG
GALAXY WORLD SURF LEAGUE CHAMPIONSHIP TOUR 2015:
1.a: Fev 28-11:
Quiksilver Pro Gold Coast em Snapper Rocks, Gold Coast - Austrália
2.a: Abr 01-12: Rip
Curl Pro Bells Beach em Bells Beach, Victoria - Austrália
3.a: Abr 15-26: Drug
Aware Margaret River Pro em Surfers Point, Margaret River - Austrália
4.a:
Mai 11-22: Rio Pro no Postinho da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - Brasil
5.a:
Jun 07-19: Fiji Pro em Cloudbreak e Restaurants na Ilha de Tavarua - Fiji
6.a:
Jul 08-19: J-Bay Open em Supertubes, Jeffreys Bay - África do Sul
7.a: Ago 14-25:
Billabong Pro Teahupoo em Teahupoo, Taiarapu Ouest - Taiti
8.a: Set 09-20: Hurley
Pro at Trestles em Lower Trestles, San Clemente, Califórnia - Estados Unidos
9.a:
Out 06-17: Quiksilver Pro France em Hossegor, Landes - França
10:
Out 20-31: Moche Rip Curl Pro Portugal em Supertubos, Peniche, Cascais -
Portugal
11: Dez 08-20:
Billabong Pipe Masters em Banzai Pipeline, Oahu - Havaí
CALENDÁRIO DO WSL
SAMSUNG GALAXY WOMEN´S CHAMPIONSHIP TOUR 2015:
1.a: Fev 28-11: Roxy
Pro Gold Coast em Snapper Rocks, Gold Coast - Austrália
2.a: Abr 01-12: Rip
Curl Women´s Pro Bells Beach em Bells Beach, Victoria - Austrália
3.a: Abr 15-26: Drug
Aware Margaret River Pro em Surfers Point, Margaret River - Austrália
4.a:
Mai 11-22: Rio Women´s Pro no Postinho da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro -
Brasil
5.a:
Mai 31-05: Fiji Women´s Pro em Cloudbreak e Restaurants na Ilha de Tavarua -
Fiji
6.a:
Set 09-20: Trestles Women´s Pro em Lower Trestles, San Clemente, Califórnia -
Estados Unidos
7.a:
Set 22-28: Cascais Women´s Pro Portugal na Praia do Guincho, Cascais, Estoril -
Portugal
8.a:
Out 06-17: Roxy Pro France em Hossegor, Landes - França
9.a:
Nov 22-06: Maui Women´s Pro em Honolua Bay, Maui - Havaí
Nenhum comentário: