Mick Fanning também passou direto para a terceira fase do Billabong Pipe Masters, mas Kelly Slater caiu para a repescagem e Gabriel Medina já pode ser campeão mundial do WCT 2014 neste sábado no Havaí.
Colaboração de texto: João Carvalho/ASP SouthAmerica
Colaboração de texto: João Carvalho/ASP SouthAmerica
Colaboração
de foto: Kirstin Scholtz/Laurent Masurel/ASP
O
paulista Gabriel Medina, 20 anos, deu o primeiro passo na busca pelo inédito
título mundial para o Brasil no Havaí. Ele estreou com vitória no Billabong
Pipe Masters na sexta-feira de tubos de 8-12 pés principalmente no Backdoor. Se
vencer mais uma, já acaba com a chance de Kelly Slater, 42 anos, colecionar seu
12º troféu de campeão do WCT no Havaí. O tricampeão Mick Fanning, 33, também
passou direto para a terceira fase, mas Slater foi derrotado pelo tubo que o
australiano Adam Melling surfou nos últimos segundos e vai abrir a repescagem
no primeiro duelo do sábado, contra o trialista havaiano que Medina enfrentou,
Reef McIntosh. A previsão é de ondas maiores e melhores do que as da
sexta-feira para realizar duas fases eliminatórias que podem até definir o
título mundial para Gabriel Medina, se Mick Fanning e Kelly Slater perderem
suas baterias neste sábado.
"Não
tive muitas oportunidades de surfar, porque entraram poucas ondas boas na
bateria, mas optei pegar as intermediárias que estavam entrando mais embaixo
para somar pontos e estou feliz que deu tudo certo", disse Gabriel Medina,
que logo foi cercado pela torcida e pela imprensa, principalmente do Brasil que
compareceu em grande número no Havaí. "Mesmo assim, foi importante para
mim começar vencendo. Amanhã (sábado) eu vou só assistir as baterias da segunda
fase e ficar bem preparado para competir no rounde 3".
O
brasileiro lidera o ranking, só depende dele para ser campeão mundial e neste
ano já venceu as outras duas etapas do Samsung Galaxy ASP World Championship
Tour em ondas desafiadoras com tubos para a esquerda como em Banzai Pipeline, o
Fiji Pro em Cloudbreak e o Billabong Pro Tahiti na temida bancada de Teahupoo.
Mas, na sexta-feira de séries irregulares de 8-12 pés, as direitas do Backdoor
formaram os principais tubos do dia. A maioria das baterias foi marcada pela
falta de ondas, com apenas um surfista conseguindo pegar duas boas.
Em
algumas, as condições foram ainda mais difíceis, com grandes intervalos entre
as séries, como a da estreia do número 1 do mundo, Gabriel Medina, que usou a
tática de pegar as ondas intermediárias para vencer a sua primeira bateria no
Billabong Pipe Masters. Seus adversários ficaram esperando as maiores que
entravam fechando e a primeira vitória brasileira foi com o placar mais baixo
do dia. Medina totalizou apenas 8,83 pontos nas duas notas computadas, contra
5,10 do havaiano Reef McIntosh e apenas 3,30 do australiano Dion Atkinson. Mas,
o importante era a vitória que valia classificação direta para a terceira fase.
Virada no final - Dos concorrentes ao
título, Slater foi o primeiro a se apresentar e começou bem, com um belo tubo
no Backdoor que valeu nota 8,10. Como estava machucado, foi a primeira onda que
ele surfou no Havaí e logo ratificou a liderança com um 7,70 em outro tubo no
Backdoor. O havaiano Dusty Payne também pegou um tubaço nota 8,67 e entrou na
briga, enquanto o australiano Adam Melling não achava nada. As condições
estavam difíceis, com as esquerdas de Pipeline fechando rápido e foi nelas que
o havaiano tentou a virada, sem sucesso. Para o outro lado, Slater pegou um
tubão no Backdoor e também ficou lá dentro.
Até
aí Adam Melling só assistia. O australiano só surfou sua primeira onda quando
faltavam menos de 5 minutos para o término da bateria, mas foi um bom tubo que
rendeu nota 7,00. Ele passou a ter chance também de vitória se conseguisse
outro melhor, de 8,8 pontos. Ainda entrou uma série no final da bateria e nos
últimos segundos o australiano pegou uma no Backdoor, talvez o maior tubo do
dia, saiu dele e ficou um suspense na praia pela nota, que saiu 8,9 para virar
o placar para 15,90 a 15,80 pontos. Slater vai ter que disputar uma bateria
extra no sábado, enquanto os outros concorrentes ao título só competirão na
terceira fase.
Os
adversários dos líderes nestas rodadas de doze baterias são definidos pelo
ranking mundial, com eles sempre enfrentando os piores colocados, ou os que participam
substituindo algum top-34 contundido, ou nas vagas dos convidados da etapa. No
Billabong Pipe Masters, além de Reef McIntosh e Makai McNamara, que barraram o
favorito Jamie O´Brien na final da triagem que abriu a sexta-feira, ainda tem o
líder da Tríplice Coroa Havaiana, Dusty Payne, no lugar do contundido C. J.
Hobgood. Quem também se machucou foi Travis Logie e Jamie O´Brien pode entrar
se o sul-africano não tiver condições de competir na repescagem.
Os
líderes Gabriel Medina e Mick Fanning ganharam dos vencedores da triagem em
duas baterias fracas de ondas. Como Slater, o australiano também largou na
frente na sua bateria com notas 4,83 e 7,33 que acabaram garantindo a sua
vitória. O espanhol Aritz Aranburu ainda surfou o melhor tubo da bateria, que
valeu a maior nota do dia (9,27), mas foi a única onda que ele pegou na bateria
e não conseguiu outra de menos de 3 pontos para vencer. Já o havaiano Makai
McNamara não achou nada e terminou em último com 2,20 pontos.
Participação brasileira
- Além
de Gabriel Medina, mais cinco brasileiros participam do Billabong Pipe Masters
e a outra única vitória foi conquistada pelo catarinense Alejo Muniz, que tem
uma dura missão para entrar no grupo dos 22 primeiros colocados no ranking que
são mantidos no WCT para o ano que vem. Para isso, o mínimo que ele precisa é
ser finalista nos tubos mais desejados do planeta. Alejo estreou junto com o
paulista Filipe Toledo, que ficou em segundo lugar na bateria e vai enfrentar o
irlandês Glenn Hall no sexto duelo da repescagem.
Antes
de Filipe Toledo tentar aproveitar a segunda chance de classificação para a
terceira fase, acontece um duelo verde-amarelo entre o paulista Miguel Pupo e o
carioca Raoni Monteiro, que está se despedindo da elite dos top-34 que disputa
o título mundial da temporada. Raoni foi batido pelo havaiano Sebastian Zietz
no segundo confronto da sexta-feira e Miguel Pupo perdeu o último para o
australiano Bede Durbidge. Quem também estreou com derrota foi o potiguar
Jadson André em outra bateria muito fraca de ondas que foi vencida pelo francês
Jeremy Flores. Jadson agora vai enfrentar o português Tiago Pires no décimo dos
doze combates da repescagem.
Título Mundial de 2014:
- Gabriel Medina - para não depender dos
resultados dos adversários, confirma o título mundial quando passar para a
grande final em Banzai Pipeline
- Mick Fanning - precisa no mínimo
chegar nas quartas de final do Pipe Masters para igualar os 56.550 pontos de
Gabriel Medina e chega a 61.350 pontos com a vitória no Havaí, conquistando o
tetra se a bateria decisiva não for contra o brasileiro, que já festejaria o
título com a passagem para a grande final.
- Kelly Slater - necessita unicamente
da vitória para alcançar 58.300 e superar os atuais 56.550 pontos de Gabriel
Medina, mas o brasileiro acaba com as suas chances se passar para a quarta fase
em Pipeline. Se a briga ficar contra Mick Fanning, sua situação fica igual a do
Medina com ele, ou seja, garante o título se passar para a grande final, quando
atinge 59.350 pontos
Chances De Gabriel
Medina:
-
Medina em 25º ou 13º lugar na terceira fase com 56.550 pontos - será campeão
mundial se Kelly Slater não vencer o Pipe Masters e Mick Fanning não chegar nas
quartas de final, quando iguala os pontos do brasileiro
-
se ficar em 9º lugar sem vencer na quarta e quinta fase com 58.800 pontos -
acaba com as chances de Kelly Slater quando passar da terceira fase e obriga
Mick Fanning a ser finalista em Pipeline para superar sua pontuação com 59.350
pontos.
-
em 5º lugar nas quartas de final com 60.000 pontos - Mick Fanning passa a
precisar da vitória no Pipe Masters para impedir o primeiro título de um
brasileiro no Circuito Mundial.
-
em 3º lugar nas semifinais com 61.300 pontos - Mick Fanning continua
necessitando unicamente da vitória no Havaí para atingir 61.350 pontos
- Campeão Mundial com a classificação
para a final do Billabong Pipe Masters, garantindo imbatíveis 62.800 pontos nas
nove etapas computadas no ranking do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour
2014
PRIMEIRA
FASE DO BILLABONG PIPE MASTERS - Vitória=Terceira Fase / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: 1-Joel Parkinson
(AUS)=13.83, 2-Glenn Hall (IRL)=4.26, 3-Julian Wilson (AUS)=1.23
2.a:
1-Sebastian Zietz (HAV)=14.13, 2-Raoni Monteiro (BRA)=4.77, 3-Michel Bourez
(TAH)=2.90
3.a: 1- John John
Florence (HAV)=18.16, 2-Mitch Coleborn (AUS)=3.34, 3-Matt Wilkinson (AUS)=2.23
4.a: 1-Adam Melling
(AUS)=15.90, 2-Kelly Slater (EUA)=15.80, 3-Dusty Payne (HAV)=13.84
5.a: 1-Mick Fanning
(AUS)=12.16, 2-Aritz Aranburu (ESP)=9.27, 3-Makai McNamara (HAV)=2.20
6.a: 1-Gabriel Medina
(BRA)=8.83, 2-Reef McIntosh (HAV)=5.10, 3-Dion Atkinson (AUS)=3.30
7.a:
1-Jeremy Flores (FRA)=9.30, 2-Jadson André (BRA)=3.90, 3-Jordy Smith (AFR)=2.07
8.a:
1-Kolohe Andino (EUA)=10.77, 2-Frederick Patacchia (HAV)=7.50, 3-Travis Logie
(AFR)-cont.
9.a:
1-Josh Kerr (AUS)=11.10, 2-Brett Simpson (EUA)=9.63, 3-Kai Otton (AUS)=1.67
10: 1-Owen Wright
(AUS)=17.50, 2-Adrian Buchan (AUS)=15.07, 3-Mitch Crews (AUS)=8.50
11:
1-Alejo Muniz (BRA)=14.94, 2-Filipe Toledo (BRA)=12.90, 3-Nat Young (EUA)=1.90
12:
1-Bede Durbidge (AUS)=15.20, 2-Miguel Pupo (BRA)=3.23, 3-Tiago Pires (PRT)=1.63
SEGUNDA
FASE - REPESCAGEM - Vitória=Terceira Fase / Derrota=25.o lugar com US$ 8.000 e
500 pontos:
1.a: Kelly Slater (EUA)
x Reef McIntosh (HAV)
2.a: Michel Bourez
(TAH) x Makai McNamara (HAV)
3.a: Jordy Smith (AFR)
x Dusty Payne (HAV)
4.a: Nat Young (EUA) x
Mitch Coleborn (AUS)
5.a:
Miguel Pupo (BRA) x Raoni Monteiro (BRA)
6.a: Filipe Toledo
(BRA) x Glenn Hall (IRL)
7.a: Adrian Buchan
(AUS) x Travis Logie (AFR)
8.a: Kai Otton (AUS) x
Brett Simpson (EUA)
9.a: Fredrick Patacchia
(HAV) x Mitch Crews (AUS)
10:
Jadson André (BRA) x Tiago Pires (PRT)
11: Julian Wilson (AUS)
x Dion Atkinson (AUS)
12: Matt Wilkinson
(AUS) x Aritz Aranburu (ESP)
TOP-22 DO RANKING DO
SAMSUNG GALAXY ASP WORLD TOUR 2014 - 10 etapas com 1 descarte:
1º: Gabriel Medina
(BRA) - 56.550 pontos
2º: Mick Fanning (AUS)
- 53.100
3º: Kelly Slater (EUA)
- 50.050
4º: John John Florence
(HAV) - 47.950
5º:
Michel Bourez (TAH) - 43.750
6º:
Joel Parkinson (AUS) - 43.100
7º:
Jordy Smith (AFR) - 42.900
8º:
Adriano de Souza (BRA) - 42.250
9º:
Taj Burrow (AUS) - 41.700
10:
Kolohe Andino (EUA) - 35.900
11:
Josh Kerr (AUS) - 35.700
12:
Owen Wright (AUS) - 31.900
13: Nat Young (EUA) - 29.900
14: Bede Durbidge (AUS)
- 27.200
15:
Miguel Pupo (BRA) - 24.650
16:
Filipe Toledo (BRA) - 23.450
17: Adrian Buchan (AUS)
- 22.700
18: Kai Otton (AUS) -
21.500
19: Fredrick Patacchia
(HAV) - 20.000
20: Jadson André (BRA)
- 19.500
21: Julian Wilson (AUS)
- 19.250
22:
Sebastian Zietz (HAV) - 17.950
——-saindo
dos top-34 para o WCT 2015 da WSL:
29:
Alejo Muniz (BRA) - 12.950 pontos
35:
Raoni Monteiro (BRA) - 4.500
——-10
que estão se classificando pelo Qualification Series:
1º:
Matt Banting (AUS) com o 2º lugar no ranking liderado por Filipe Toledo
2º: Wiggolly Dantas
(BRA) - 3º no ranking
3º:
Adam Melling (AUS) - 6º no QS e 25.o no WCT
4º:
Italo Ferreira (BRA) - 7º no QS
5º:
Jeremy Flores (FRA) - 8º no QS e 33.o no WCT
6º:
Brett Simpson (EUA) - 10º no QS e 31.o no WCT
7º: Keanu Asing (HAV) -
11º no QS
8º:
Tomas Hermes (BRA) - 12º no QS
9º:
Matt Wilkinson (AUS) - 13º no QS e 24.o no WCT
10º: Jack Freestone
(AUS) - 14º no QS
Nenhum comentário: