As
ofensas racistas proferidas por alguns torcedores do Grêmio contra o goleiro
Aranha na partida diante do Santos, pela Copa do Brasil, acabaram custando caro
ao Grêmio.
Nesta
quarta-feira (3), Os gaúchos foram condenados pela 3ª Comissão Disciplinar do
Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a pena máxima: exclusão da
Copa do Brasil. A sentença veio após uma sessão de quatro horas de duração, e
por unanimidade de votos por parte dos auditores.
A
sessão foi presidida pelo auditor Fabrício Dazzi. Votaram pela exclusão do
Grêmio, além de Dazzi, os auditores Francisco Pessanha, Ricardo Graiche, Ivaney
Caires e Gustavo Teixeira.
O
clube gaúcho ainda terá de pagar multa de R$ 50 mil pelas ofensas a Aranha,
mais R$ 2 mil por sua torcida ter atirado papel higiênico em campo, e outros R$
2 mil pelo atraso na entrada em campo – o Santos foi condenado a pagar R$ 4 mil
por este mesmo motivo.
O
Grêmio vai recorrer da sentença ao Pleno do STJD. Os torcedores identificados
estão proibidos de frequentar estádios por 720 dias.
O
árbitro Wilton Pereira Sampaio foi condenado a uma suspensão de 45 dias e
pagamento de R$ 800 de multa por não ter colocado em súmula as ofensas a
Aranha, fazendo-o apenas através de um adendo, após ver imagens de televisão
sobre o fato. Os auxiliares pegaram 30 dias e multa de R$ 500.
O julgamento
Depois
de vídeos apresentados pelas duas partes, tiveram início os depoimentos. Além
do advogado Gabriel Vieira, o presidente do clube gaúcho, Fábio Koff, falou
como testemunha de defesa do Tricolor. Em seu depoimento, além de lembrar do
corte de subsídios para as organizadas devido aos cantos racistas do último
domingo, comentou a respeito da importância dos negros na história do Grêmio e
afirmou que mais da metade dos atletas das categorias de base do clube
atualmente são negros.
Em
seguida, o árbitro Wilton Pereira Sampaio admitiu em seu depoimento que só
tomou conhecimento das ofensas a Aranha “no hotel, através da imprensa”, após a
partida. Sampaio entregou sua súmula à CBF sem o registro do ato, colocando um
adendo ao documento na manhã do dia seguinte o jogo.
“Não tive a certeza do ato ocorrido. Além
disso, o jogador tenta o tempo todo ludibriar a arbitragem, ainda mais naquele
momento, 42 do segundo tempo, com o Santos ganhando de 2 a 0. Se alguém da
minha equipe tivesse notado algo, a gente iria tomar as providências”,
completou. O auxiliar Carlos Berkenbrock, que atuou naquele jogo, também foi
ouvido.
Na
parte final do julgamento, o subprocurador do STJD classificou a conduta dos
torcedores como “nefastas” e, embora admitisse que o Grêmio fez bem em
identificar alguns dos torcedores que participaram do ato, não acredita que as
penas anteriormente aplicadas ao clube tenham servido de lição, pedindo a
expulsão do clube da Copa do Brasil.
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