Na
apresentação para a Copa do Mundo, os jogadores da seleção brasileira tiveram
que driblar protestos. Primeiro no ponto de encontro definido pela CBF, em um
hotel próximo ao aeroporto Galeão, no Rio e, depois, na chegada à Granja
Comary, onde a equipe ficará concentrada, em Teresópolis.
Da redação
Foto:
CBF
Em
uma das ruas em que o ônibus da seleção brasileira passou para chegar à Granja,
as 12h, professores estaduais do Rio e militantes do PSTU, PSOL e PCB
protestavam. Reivindicavam melhores salários no sistema público de educação e
casas para desabrigados das enchentes de 2011 em Teresópolis.
Havia
cerca de 100 pessoas na rua, a maioria formada por curiosos. "Brasil,
vamos acordar, o professor ganha menos que o Neymar", manifestantes pouco
antes de o ônibus da seleção passar por eles. Perto dali, um grupo apoiava a
equipe. Havia também um carro de som com uma música exaltando a seleção e
dizendo que a Fifa e a CBF são elite.
A
CBF já esperava algum tipo de protesto durante esse evento. A Polícia Militar
preparou um forte esquema de segurança. Os manifestantes fecharam a avenida
pela qual o ônibus com todos os jogadores da seleção iria passar, mas um
caminho alternativo serviu como rota de fuga e eles conseguiram seguir até
Teresópolis.
Antes
disso o ônibus teve dificuldade para deixar o hotel. Manifestantes revoltados
entraram na frente do veículo, xingaram os jogadores e colaram adesivos de
protesto na lataria. Só com a intervenção da tropa de choque e de mais de 70
policiais é que o caminho foi aberto.
"Não
vai ter Copa", "Da Copa eu abro mão, quero mais dinheiro pra saúde e
educação" e "Sai da frente que a educação é chapa quente" eram
os gritos mais ouvidos pelos professores. E sobrou até para o camisa 10 da
seleção: "Pode acreditar, educador vale mais do que o Neymar".
Após
a saída da delegação da seleção do hotel, os manifestantes se dirigiram até o
aeroporto e invadiram o saguão do local com faixas e bandeiras para continuar o
movimento.
Entre
outras reivindicações, os professores pedem 20% de aumento, equiparação salarial
e diminuição na carga horária dos funcionários administrativos.
"Vimos
aqui pra mostrar a contradição. O país que está se mobilizando para a Copa, mas
apresenta vários problemas na educação. Problemas de estrutura e de condições
de trabalho, além do baixo salário. Queremos chamar a atenção, mas eles parecem
mais preocupados com a Copa", disse Vera Nepomuceno, diretora do sindicato
do professores.
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