Com as vitórias do vice-líder do ranking,
Italo Ferreira, do campeão mundial Gabriel Medina e de Alejo Muniz sobre o
vice-campeão desta etapa no ano passado, oito brasileiros seguem na disputa do
título em Fiji.
Gabriel Medina. |
Colaboração de foto: Sloane/Cestari/©WSL
Mais três brasileiros venceram suas
primeiras baterias no Fiji Pro e oito vão disputar a terceira fase do quinto
desafio do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2016 na ilha de
Tavarua, em Fiji. O campeão mundial Adriano de Souza, os também paulistas
Filipe Toledo, Wiggolly Dantas e Miguel Pupo e o potiguar Jadson André,
estrearam com vitórias no domingo e passaram direto. E na segunda de ondas
também de 4-6 pés em Cloudbreak, o vice-líder do ranking, Italo Ferreira,
Gabriel Medina e Alejo Muniz, aproveitaram a segunda chance de classificação
para seguirem na disputa do título nas Ilhas Fiji.
O potiguar Italo Ferreira. |
O potiguar Italo Ferreira abriu o segundo
dia do Fiji Pro e o mar estava difícil, com poucas séries entrando na bateria.
A comissão técnica chegou a aumentar o tempo de 30 para 35 minutos, mas mesmo
assim alguns confrontos foram marcados por longas calmarias em Cloudbreak.
Italo conseguiu surfar o primeiro tubo da segunda, emendando um floater na
saída e mais uma série de manobras para confirmar a vitória com a nota 6,17
dessa onda. O convidado de Fiji, Tevita Gukilau, praticamente não surfou na
bateria e o vice-líder do ranking venceu fácil por 10,67 a 3,50 pontos.
"Eu estava um pouco preocupado,
porque essa bateria poderia ser bem difícil contra um surfista local que
conhece bem essa onda", disse Italo Ferreira. "Eu fui na primeira
série que entrou na bateria, mas eu caí no tubo. Depois consegui completar um,
mas o mar ficou um pouco mais devagar e mais desafiador, diferente de hoje
(segunda-feira) de manhãzinha, que estava bem bom. Eu tive um bom resultado
aqui no ano passado (quinto lugar) e espero fazer melhor dessa vez. Mas, estou
querendo mesmo é pegar boas ondas e surfar bons tubos".
Matt Wilkinson. |
O número 1 do Jeep Leaderboard, Matt
Wilkinson, entrou no duelo seguinte e teve trabalho contra Alex Ribeiro. O
brasileiro surfou bem a bateria, fazendo grandes manobras, atrasando para
encaixar num tubo e atacando o crítico das ondas até o fim. Mas, suas notas
ficaram na casa dos 5 pontos e as do australiano valeram 6,5 e 6,6 para vencer
por 13,10 a 11,10 pontos. O estreante na "seleção brasileira" deste
ano continua sem passar nenhuma bateria no CT, enquanto Wilkinson segue
defendendo a lycra amarela de número 1 do Jeep WSL Leader nas Ilhas Fiji.
"Foi um bateria muito lenta",
disse Matt Wilkinson. "Eu fui lá pra fora pensando que ia entrar as
séries, mas não veio nada por cerca de 15 minutos. O Alex (Ribeiro) começou com
algumas ondas médias, que não me deixou assustado lá fora, mas comecei a pensar
que não ia entrar nada pra mim. Aí passei a ficar preocupado e fui em algumas
ondas ruins. Mas, felizmente, consegui duas pontuações médias que foram
suficientes para vencer".
Alex Ribeiro. |
Seus únicos concorrentes agora são o
brasileiro Italo Ferreira e o havaiano John John Florence. Os dois precisam ser
finalistas do Fiji Pro para superar os 26.250 pontos que Wilko já garantiu no
ranking com a passagem para a terceira fase. E os três estão na chave de baixo
do evento, que vai apontar o segundo finalista. O primeiro a competir será
Italo Ferreira, que terá um duelo potiguar com Jadson André na sétima bateria.
John John está na décima com o aposentado Taj Burrow e Matt Wilkinson fecha a
terceira fase contra o catarinense Alejo Muniz, que eliminou o vice-campeão
desta etapa no ano passado, Julian Wilson.
Fora
da briga - Com a classificação para a terceira fase, Wilkinson acabou
com a chance matemática do campeão mundial Adriano de Souza brigar pela ponta
do ranking em Fiji. E os outros dois adversários do australiano perderam na
segunda-feira, ficando em último na etapa. O primeiro a cair foi o brasileiro
Caio Ibelli, que defendia a quinta posição e teve suas chances de vencer. No
entanto, o experiente Taj Burrow foi preciso na escolha das melhores ondas para
vencer por 15,30 a 13,03 e seguir disputando a última etapa da sua carreira no
Circuito Mundial.
Alejo Muniz. |
Na disputa seguinte, o havaiano Sebastian
Zietz, número 4 do Jeep WSL Leader, também foi batido pelo jovem
norte-americano Kanoa Igarashi, que, como Ibelli, nunca tinha competido em
Cloudbreak. Outra grande surpresa do dia foi a vitória do catarinense Alejo
Muniz sobre o vice-campeão do Fiji Pro no ano passado, Julian Wilson. Os dois
travaram uma batalha para ver quem manobrava mais forte de backside, já que os
tubos não rolaram neste terceiro duelo do dia. O brasileiro foi mais agressivo
numa onda da série para tirar nota 7,67, logo após o australiano assumir a
ponta da bateria. Depois disso não entrou mais nada de ondas e Alejo Muniz
seguiu em frente por 14,00 a 11,17 pontos.
"O Julian (Wilson) é um surfista
incrível, um dos meus favoritos no tour", destacou Alejo Muniz, que não
competiu nas duas primeiras etapas porque estava se recuperando de uma cirurgia
no joelho. "Ele é um bom amigo meu e fez a final aqui no ano passado. Eu
sabia que ia ser uma bateria difícil, então só tentei me concentrar em mim
mesmo para fazer o meu melhor nas ondas que pegasse. Um mês atrás, eu estava
feliz por voltar a surfar, mas agora meu foco é diferente, quero passar
baterias".
Gabriel Medina. |
Tubo e
aéreo - O campeão mundial Gabriel Medina tinha acabado de
despachar outro australiano com uma grande apresentação em Cloudbreak, com
direito a tubo e aéreo. Ele já começou forte a bateria voando num Alley-Oop
como primeira manobra e seguiu atacando com batidas e rasgadas, mas esta onda
acabou sendo descartada do resultado. Ele computou o 8,17 de um tubaço que
surfou, conseguindo ficar bem profundo para sair vibrando na baforada, com o
7,77 de uma onda destruída por uma série de manobras explosivas de frontside. O
australiano Ryan Callinan também surfou bem uma onda que valeu 7,60 para
atingir 14,10 pontos, insuficientes para superar os 15,43 de Medina.
"Foi uma bateria difícil contra o
Ryan (Callinan)", disse Gabriel Medina. "Ele surfou muito bem e eu
sabia que seria um desafio para mim. Felizmente eu achei aquele tubo que valeu
8,17 e estou amarradão por passar para a próxima fase e poder continuar
competindo aqui. Só espero pegar mais ondas na terceira fase".
O tricampeão mundial Mick Fanning. |
Apenas dois surfistas conseguiram
ultrapassar este placar na segunda-feira em Cloudbreak. O tricampeão mundial
Mick Fanning voltou a mostrar a potência do seu surfe de borda para totalizar
16,10 pontos no duelo australiano com Kai Otton. Foi a melhor hora do mar e na
disputa seguinte o havaiano Dusty Payne atingiu 16,50 com a maior nota do Fiji
Pro esse ano, 9,33. Foi com a força das suas manobras de backside numa onda sem
tubo contra o americano Nat Young, um dos cinco cabeças de chave derrotados na
primeira rodada eliminatória em Cloudbreak.
Dusty Payne. |
Terceira
fase - A segunda é na terceira fase, quando a vitória passa a ser
fundamental, pois a pontuação no ranking passa de 1.750 para 4.000 e ainda vale
duas chances de classificação para as quartas de final. O campeão mundial
Gabriel Medina foi escalado na primeira bateria com o australiano Matt Banting.
Na terceira, tem Filipe Toledo contra o destaque da segunda-feira, Dusty Payne.
Na quinta, entra Wiggolly Dantas com o americano Conner Coffin e na seguinte o
defensor do título mundial, Adriano de Souza, enfrenta ao havaiano Keanu Asing.
São quatro brasileiros na chave de cima,
que vai indicar o primeiro finalista do Fiji Pro, e quatro na de baixo, ou
seja, com chance de acontecer até uma decisão verde-amarela nas ondas do
Pacífico Sul. Na briga pela ponta do ranking, Italo Ferreira faz mais um duelo
potiguar com Jadson André em etapas do CT. No ano passado foram quatro e Italo
venceu todas, inclusive na mesma terceira fase da etapa de Fiji. Depois, tem
dois confrontos Brasil x Austrália nas últimas baterias, Miguel Pupo contra
Adrian Buchan e Alejo Muniz com o líder Matt Wilkinson.
Próxima
chamada - A expectativa agora é de que o mar deva continuar perdendo
força e o próximo swell (ondulação) consistente aparece nas previsões para
entrar só mais para o fim de semana, no entanto todos os dias a comissão
técnica se reúne para analisar as condições do mar. A primeira chamada para a
terceira fase foi anunciada para as 7h30 da terça em Fiji, 16h30 da segunda
pelo fuso de Brasília.
TERCEIRA FASE DO FIJI PRO - Derrota=17º
lugar com 1.750 pontos e US$ 10.500 de prêmio:
1ª) Gabriel Medina (BRA) x Matt Banting
(AUS)
2ª) Michel Bourez (TAH) x Kanoa Igarashi
(EUA)
3ª) Filipe Toledo (BRA) x Dusty Payne (HAV)
4ª)
Jordy Smith (AFR) x Kelly Slater (EUA)
5ª)
Wiggolly Dantas (BRA) x Conner Coffin (EUA)
6ª) Adriano de Souza (BRA) x Keanu Asing
(HAV)
7ª) Italo Ferreira (BRA) x Jadson André
(BRA)
8ª)
Jeremy Flores (FRA) x Josh Kerr (AUS)
9ª)
Mick Fanning (AUS) x Adam Melling (AUS)
10)
John John Florence (HAV) x Taj Burrow (AUS)
11) Adrian Buchan (AUS) x Miguel Pupo
(BRA)
12) Matt Wilkinson (AUS) x Alejo Muniz
(BRA)
SEGUNDA FASE - Vitória=Terceira Fase /
Derrota=25º lugar com 500 pontos e US$ 9.000 de prêmio:
1ª) Italo Ferreira (BRA) 10.67 x 3.50
Tevita Gukilau (FJI)
2ª) Matt Wilkinson (AUS) 13.10 x 11.10
Alex Ribeiro (BRA)
3ª) Gabriel Medina (BRA) 15.94 x 14.10
Ryan Callinan (AUS)
4ª) Alejo Muniz (BRA) 14.00 x 11.17 Julian
Wilson (AUS)
5ª)
Mick Fanning (AUS) 16.10 x 14.40 Kai Otton (AUS)
6ª)
Dusty Payne (HAV) 16.50 x 14.67 Nat Young (EUA)
7ª) Taj Burrow (AUS) 15.30 x 13.03 Caio
Ibelli (BRA)
8ª) Kanoa Igarashi (EUA) 13.17 x 10.53
Sebastian Zietz (HAV)
9ª)
Josh Kerr (AUS) 15.00 x 14.74 Kolohe Andino (EUA)
10)
Michel Bourez (TAH) 11.50 x 8.83 Stu Kennedy (AUS)
11)
Adrian Buchan (AUS) 14.84 x 13.16 Jack Freestone (AUS)
12)
Conner Coffin (EUA) 13.17 x 10.16 Davey Cathels (AUS)
Nenhum comentário: