Após
conquistar o título brasileiro de canoa havaiana (OC1), o remador encara o
Sul-americano que acontece a partir desta quarta-feira na próxima semana em
Santos.
Colaboração
de foto: Gilmar de Oliveira/Cláudio Tanaka
O
multi-esportista João Renato Moura encara um novo desafio a partir desta
quarta-feira, quando começa o campeonato Sul-americano de canoagem, em Santos
(SP).
Ele
garantiu a vaga após conquistar o título brasileiro na categoria Master ao
faturar a última etapa da temporada, em Niterói (RJ). João Renato disputará as
categorias OC6 (modalidade em equipes, na quarta-feira) e OC1 (individual, na
quinta-feira). “Posso afirmar que o meu
ano foi incrível, pois tenho pouco tempo disputando provas de canoagem e
consegui garantir de cara um título de repercussão nacional. Agora, esta prova
marca minha estréia em eventos desta magnitude e sempre fica aquela
expectativa. Sinto uma mistura de emoções. Ansiedade em saber se todo o empenho
dos últimos meses foi suficiente para chegar junto. Porém, agora é canalizar
todos os pensamentos para fazer a prova da melhor forma possível”, comenta João
Renato.
Nos
treinos práticos, ele utilizou a Baía de São Vicente como cenário. “Lá, consigo
desenvolver vários aspectos do treinamento, tais como técnicas em água parada e
também em mar aberto. Mas, nos últimos dias tenho treinado especificamente o
percurso da prova: saí do canal 6 e faz a bóia na Ilha Porchat e volta para o
canal 6, totalizando 12 quilômetros. Assim, adquiro mais confiança e pego todos
os tipos de condições”, destaca.
Remador
de SUP e longboarder, ele usa o conhecimento do mar a seu favor. “Não sei o
quanto isso efetivamente me ajuda, mas com certeza contribui ao resultado
final”, reconhece ele.
Em
seu ano de estreia no brasileiro, João Renato acumulou duas vitórias e dois
vices. Antes, obteve títulos em provas disputadas no litoral paulista. “Chegar
ao topo do ranking brasileiro é novidade. Nunca estive na situação de disputar
um título nacional e procurei não pensar muito para chegar lá (em Niterói) e
remar bem. Essa era minha pretensão. Entrei no circuito para adquirir mais
vivência como esportista e estou muito feliz com o resultado”, analisa o
atleta.
Para
ele, seu principal adversário foi o santista Jeff Guerra, um dos destaques da
modalidade. “Ele tem uma bagagem boa no mundo da canoa e venceu a prova que
circunda a ilha de Santo Amaro (78km remando solo). Só de disputar o título com
esse cara já foi uma grande vitória”, destaca.
Durante
o ano, Moura superou também uma lesão na coluna cervical para chegar ao topo do
ranking. “Esta foi a parte tensa, pois alguns médicos consideraram a lesão
grave e cogitaram me operar. Mas, felizmente consegui reverter com muita
fisioterapia, além de mudar hábitos de treinamento. Corrida, por exemplo, ficou
de fora e optei por fazer cardio-respiratório diferenciado”.
Técnido
da equipe brasileira de triatlon, Wagner Spadotto treinou o atleta também para
o Sul-americano. Começamos o trabalho para o brasileiro e ele foi peça
fundamental na conquista deste título, pois montou as planilhas de treinamento
fisico e intercalei com surf e pedal. Fez toda a diferença”.
Relativamente
novo na canoagem, Moura inspira-se em dois nomes de destaque: Celso Filet,
remador excelente que está sempre entre os primeiros da Grand Master e chega
junto na Open, bem como Rogerio Mendes, outro remador que está há pouco tempo,
mas anda muito bem. "Esses dois me instigam muito a melhorar”.
Multi-esportista - Nos últimos anos, João Renato firmou-se
também como um dos grandes nomes do esporte na categoria stand up paddle,
modalidade que não pára de crescer em todo mundo. Esportista desde a infância,
sua relação com o surf teve início em 1997. Dez anos depois, ficou curioso ao
se deparar com um amigo remando em pé, conheceu o stand up e nunca mais parou
de remar. Quatro anos depois iniciou no circuito brasileiro profissionalmente e
hoje em dia acumula temporadas havaianas na bagagem ao disputar as provas mais
casca-grossas de travessia do mundo.
Também
domina as modalidades de surf e longboard e chegou a competir no triatlon. Este
mix formou um atleta polivalente. Todo o aprendizado de anos de dedicação ao
esporte serviram de base para que ele aplicasse hoje em dia nas mais variadas
provas que disputa pelo mundo. Completa seu perfil, a experiência como Educador
Físico, altamente gabaritado em diversas áreas relacionadas à atividade física.
“O
triatlon foi um ótimo professor, pois me deu perseverança para trabalhar da
melhor forma possível em provas longas. Minha cabeça sabe que o meu corpo
aguenta. O exercício funcional ajuda a aguentar a rotina de provas
desgastantes”.
Educador
físico de formação, especializado em fisiologia do exercício pela Escola
Paulista de Medicina, e desenvolveu desde 2000 diversos trabalhos voltados para
o surf, inclusive atuando como instrutor da equipe vicentina nos jogos
regionais e do time brasileiro de sup em mundiais. Apoio: Board House, Kialoa, Evoke e
Mithus.
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